Bento XVI enaltece prática da Lectio Divina
As virtudes da Lectio Divina foram lembradas aos fiéis em recentes pronunciamentos do Papa Bento XVI, que se mostra visivelmente empenhado em incentivar sua prática. Com efeito, na alocução do Angelus de 6 de novembro de 2005 o Santo Padre, referindo-se à valorização da Palavra de Deus que teve lugar, entre os católicos, a partir da Constituição conciliar Dei Verbum, que ele compara a uma "primavera bíblica", declarou:
"Entre os numerosos frutos desta primavera bíblica apraz-me mencionar a difusão da antiga prática da lectio divina, ou "leitura espiritual" da Sagrada Escritura. Ela consiste em permanecer prolongadamente sobre um texto bíblico, lendo-o e relendo-o, quase "ruminando-o", como dizem os Padres, e espremendo, por assim dizer, todo o seu "sumo", para que alimente como linfa a vida concreta. É condição da lectio divina que a mente e o coração sejam iluminados pelo Espírito Santo, isto é, pelo mesmo Inspirador das Escrituras, e para isto se coloquem em atitude de "religiosa escuta".
"Esta é a atitude típica de Maria Santíssima, tal como mostra emblematicamente o ícone da Anunciação: a Virgem acolhe o Mensageiro celeste quando se prepara para meditar as Sagradas Escrituras, normalmente representadas por um livro que Maria tem na mão, ou no seio, ou em cima de um atril. Também é esta a imagem da Igreja oferecida pelo próprio Concílio, na Constituição Dei Verbum: "ouvindo religiosamente a Palavra de Deus...""
Em mensagem do dia 9 de abril de 2006 dirigida aos jovens que participavam da XXI Jornada Mundial da Juventude, Bento XVI escreveu:
"Caros jovens, eu os exorto a se tornarem familiarizados com a Bíblia, a guardá-la ao alcance da mão, para que ela seja para vocês como uma bússola que indica a rota a seguir. Lendo-a, vocês aprenderão a conhecer o Cristo. São Jerônimo observa, a propósito disto: "A ignorância das Escrituras é a ignorância do Cristo" (PL 24,17; cf. Dei Verbum, n.25). Um modo seguro de aprofundar-se na Palavra de Deus e de saboreá-la é a lectio divina, que constitui um verdadeiro itinerário espiritual por etapas. Da lectio, que consiste em ler e reler uma passagem das Santas Escrituras recolhendo dela os principais elementos, passamos à meditatio, que é como um tempo de parada interior durante o qual a alma volta-se para Deus procurando compreender o que sua palavra nos diz, no dia de hoje, para a vida concreta. Vem, em seguida, a oratio, que nos permite entreter-nos, com Deus, em um diálogo direto, e que nos conduz, enfim, à contemplatio; esta nos ajuda a manter nosso coração atento à presença do Cristo, cuja palavra é uma "lâmpada que brilha na escuridão, até que apareça o dia e que a estrela da manhã se erga em nossos corações" (2 Pd 1, 19). A leitura, o estudo e a meditação da Palavra devem, em seguida, conduzir-nos a aderir a um modo de vida conforme a Cristo e a seus ensinamentos".
Fonte: sítio "A Santa Sé" - http://www.vatican.va/phome_po.htm
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